Publicado por: clarc | fevereiro 21, 2014

QUÍMICA FÁCIL – APRENDA A ESTUDAR QUÍMICA – 52 – ESTEQUIOMETRIA

Já comentei anteriormente sobre a diferença brutal que se constata entre o que se ensina e cobra, através das provas de acompanhamento sistemático do aprendizado conseguido nos cursos médios, e as questões que se propõem nos concursos de vestibulares e públicos das mais diversas procedências, inclusive do ENEN e similares.

 

A começar pela forma como se apresentam os enunciados das questões, as quais nos concursos extra-escolares são redigidas numa técnica comprometida com a intenção de prejudicar os candidatos fazendo-os perde tempo lendo enunciados longos, quando não imensos, que poderiam ser resumidos perfeitamente em uma ou no máximo três linhas.

 

Tenho observado enunciados de questões que só de olhar, a primeira vista, dá nojo e fadiga, e após ler aquelas tantas linhas conclui-se que, de conteúdo para resolver o problema, só tem pouca coisa.

 A forma que usam, de alongar o assunto do problema com informações desnecessárias e cujo teor informativo só serve para cansar o candidato lendo e lendo e lendo uma porção de informações que só servem para perder tempo, é uma agressão num momento tão importante, quando cada minuto é precioso, para cada candidato.

 

Um absurdo de comportamento que procuram justificar como técnica para verificar a capacidade do candidato saber administrar o tempo da prova. Ora, uma coisa é verificar conhecimento outra coisa é atrapalhar esta verificação. Administração do tempo de prova não deve ser confundido com atrapalhar o tempo da prova com enunciados volumosos de informações que nada servem para a solução do problema. Uma prova é administrada pela velocidade com que se resolve o que se sabe das questões propostas, deixando as duvidosas para após a solução das que se sabe de imediato. Atrapalhar o desempenho dos candidatos com excessivas linhas de “papo furado” nos enunciados provocando o cansaço, irritação e nervosismo daqueles que precisam durante essas provas de muita tranqüilidade para maior produtividade de raciocínio e memória é abuso do poder, principalmente considerando que nestas ocasiões todos sofrem um pouco de expectativa que os deixam algo tensos. O método de questionar com  enunciados muito longos é uma covardia e uma perversidade que se comete com quem se propõe a mostrar conhecimentos e não passar por provas de resistência  sob tortura.

 

Eis um dos milhares de problemas de vestibular ao estilo atual, com uma série de informações inúteis e excessivas na ocasião errada. E este é dos pequenos.

 

(De vestibular)  A água oxigenada (H2O2) também usada em salões de beleza é vendida em recipientes escuros ou em plásticos opacos. Isso é devido ao fato de a luz ser um dos fatores responsáveis pó sua decomposição, na qual ocorre a liberação de O2 (g). Desse modo, as concentrações das soluções de água oxigenada são definidas em razão do volume de O2(g) liberado nas CNTP por unidade de volume da solução. Logo, uma água oxigenada a 10 volumes, sendo usada, libera 10 litros de O2(g) por litro de solução.

Considerando a informação, a massa em gramas de água oxigenada que libera 10 litros de O2(g) nas CNTP será:                (Não fornece as massas atômicas dos Elementos)

a) 15,2  b) 22,4  c) 30,3  d) 34,0  e) 60,6

 

Este enunciado poderia ser resumido no seguinte:

Uma água oxigenada a 10 volumes libera 100 litros de O2(g) por litro de solução nas CNTP. Qual a massa (em gramas) de água oxigenada que libera 10 litros de O2(g) nas CNTP? MA(H) = 1; MA(O) =16    (nesta forma reduzida forneço as massas atômicas)

Resolvendo – A equação é: H2O2 ———> H2O   +   O2  

que ajustada fica:

2 H2O2 ———–>  2 H2O   +   O2

A relação pelo enunciado reduzido é:

2 x (2 x 1 + 2 x 16) g H2O2——-geram nas CNTP —- 22,4 L de O2

Quantas (?) gramas de H2O2 — geram ————–10 L de O2

 

(?) = 2 x 34 x 10 / 22,4 = 68 x 10 / 22,4 = 680 / 22,4 = 30,3 g de H2O2.

A resposta do gabarito é exatamente esta 30,3 – letra c

 

Já vi textos de enunciados que ocupam meia página de folha A4, em outra oportunidade mostrarei algumas dessas aberrações. O pior – e incompreensível – é quando as questões fogem completamente do que se ensina no curso médio. São outros exemplos que deixo para próxima ocasião.

 

Até lá!

CLARC em 20 / 02/2014


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